O que são ações? Confira como investir nesse mercado 

Todo o dia saem notícias de movimentações na bolsa de valores, mas o que muitos não sabem é o que são ações e por que elas mexem o bolso dos investidores e a cabeça de quem pretender entrar neste mundo.

As ações, talvez, sejam a grande referência e desejo de quem está pegando gosto por investir ou já pegou. De acordo com uma pesquisa feita pelo PoderData em 2021, 10% da população já investiu alguma vez no mercado de ações.

Embora seja um mercado promissor, as ações se apresentam como desafio para o investidor, uma vez que há a grande possibilidade de oscilações no decorrer do tempo. Se você tem dúvidas sobre o que é o mercado de ações e como funciona, vamos explicar de acordo com os seguintes tópicos:

  • O que são ações?;
  • Como funciona o mercado de ações?;
  • Tipos de ações: 6 modelos principais;
  • Como investir em ações?;
  • Como escolher e analisar ações?;
  • Vantagens e riscos de investir em ações;
  • Passo a passo de como começar a investir em ações;
  • Como aplicar dinheiro na bolsa de valores?

Boa leitura!

O que são ações?

Antes de explicarmos o significado, precisamos entender que o capital das empresas é dividido em muitas pequenas partes, e cada uma delas representa uma ação. Assim, parte dessas ações pertence aos empreendedores; e parte, a outros sócios.

Porém, em alguns casos, uma terceira parte é negociada na bolsa de valores, em que os investidores podem comprá-las e vendê-las. A partir do momento em que você obtém esses papéis no mercado, torna-se também um acionista.

E como isso acontece?

Bom, basicamente, de duas maneiras.

Em uma, as empresas distribuem dividendos, que são parte dos seus resultados, pagos aos investidores na proporção do número de ações que cada um deles possui. A outra forma de ganhar na bolsa é com a valorização das ações.

Nesse caso, as cotações variam com o tempo, conforme as companhias crescem ou caem, e ainda de acordo com os movimentos da economia e do mercado.

Quem sai ganhando? Aquele que investe em ações por um valor, desfazendo-se delas mais tarde, ao vender os papéis por um preço maior.

>>> Leia também: Como identificar os tipos de ações do mercado?

Como funciona o mercado de ações?

O mercado de ações conta com um intermediador entre as organizações e os investidores, tendo como base a compra e venda de ações.

De modo geral, as operações são realizadas por meio de home broker, sistema que conecta os usuários ao pregão eletrônico no mercado de capitais e de private equity.

Basicamente, o mercado funciona com dois elementos: as empresas e as ações. A partir disso, vamos conhecer os principais tipos de ações.

Tipos de ações: 6 modelos principais

Agora que você já sabe o que são ações, vamos conhecer os seis principais tipos de investimentos.

1. Ações ordinárias

Elas são representadas pela sigla ON, e tem como benefício garantir mais direitos aos acionistas para a tomada de decisões.

Nesse caso, como existe o direito ao voto em assembleias, o acionista pode influenciar as decisões da companhia. Por outro lado, a liquidez é baixa, já que as ações ordinárias têm menor volume de negociações em comparação aos papéis preferenciais.

2. Ações preferenciais

Representadas pela sigla PN, elas não garantem o direito ao voto, porém, dão direito aos acionistas à preferência no pagamento de proventos por parte das empresas, como os dividendos, por exemplo, que correspondem à divisão de lucros.

Outro ponto é que se houver falência ou outro problema, como invalidez, os acionistas preferenciais receberão o reembolso antes dos demais.

3. Units

As Units são outros tipos de ações bastante procuradas. Elas são conhecidas como certificados de depósitos de ações e são vistas como um pacote de papéis composto por mais de um tipo de ação. 

Ou seja, quem adquirir um unit recebe um conjunto de ações da mesma empresa com modelos diferentes, podendo ser ordinários e preferenciais.

4. Small caps

Essas são ações que correspondem a companhias com menor capital, normalmente que apresentam valor de mercado de até US$3 bilhões.

Elas são vistas pela alta volatilidade, sendo que a cotação da Small Caps apresenta maior oscilação em relação a outros tipos.

5. Mid Caps

Elas representam empresas com capital maior que US$3 bilhões, no entanto, as corporações são um meio termo entre as small caps e as maiores empresas da bolsa.

Em relação às small caps, elas têm menor volatilidade comparada às anteriores.

6. Large Caps

Conhecidas por blue chips (termo referente às fichas azuis do jogo de pôquer, ou seja, as mais representativas), elas são papéis de empresas com maior capitalização do mercado.

Como investir em ações?

Para investir em ações, existe mais de uma forma – na verdade, há muitos meios de operar com essa renda variável. Abaixo, conheça algumas das estratégias mais comuns.

Day trade

Assim são chamadas as negociações de curtíssimo prazo realizadas na bolsa de valores.

Para se ter ideia, o day trade é uma operação que combina uma série de fatores como:

  • a compra e a venda de uma mesma ação;
  • em um mesmo dia;
  • pelo mesmo investidor;
  • usando a mesma conta e na mesma corretora.

Curto prazo

Mesmo a compra e a venda de uma ação acontecendo em até um ano, é considerado um investimento de curto prazo.

No entanto, no mercado de ações, quando um investimento conta com um horizonte de alguns dias, semanas ou meses, essa técnica é chamada de swing trade.

Aliás, é bom que se saiba que, mesmo com a compra e a venda não sendo finalizadas no mesmo dia, às operações de curto prazo ainda exigem um acompanhamento constante do mercado.

Isso porque se baseiam em achar oportunidades de ganho em pouco tempo.

Longo prazo

Investimento a longo prazo é para quem tem paciência de esperar o dinheiro render. Conhecer o seu perfil de investidor é a primeira dica antes de negociar ativos que gerem resultados em tempo maior de duração. 

Ao comprar ações, o investidor só tende a ganhar junto à empresa a qual ele investiu, isso acontece quando a receita cresce e os resultados aparecem – o que demanda certo tempo de maturação.

É bom ter em mente que os preços das ações não refletem apenas os resultados das empresas, bem como variam conforme as condições do mercado.

Quer ver um exemplo?

Digamos que, de uma hora para outra, as ações que você possui passem a valer 5% ou 10% menos do que o normal..

Isso não significa que a empresa deixou de ser uma boa aposta, e, sim, que, naquele momento, ela pode ter sofrido uma interferência externa no seu preço.

Por isso, uma técnica muito usada por quem opera a longo prazo é a position trade, ou seja, é quando as posições em ações são mantidas por mais tempo.

Ela serve, inclusive, para quem não tem tempo de se dedicar diariamente a acompanhar os movimentos da bolsa.

Dividendos

Dividendos são parcelas do lucro de uma empresa distribuídos entre seus acionistas.

Normalmente, empresas bem estabelecidas, com as receitas crescendo constantemente e sem necessidade grande de investimento, são boas pagadoras de dividendos.

Para se ter uma ideia, alguns investidores se interessam mais por dividendos distribuídos pelas empresas do que propriamente com a intenção de ganhar com a valorização das ações.

Assista ao vídeo e entenda mais como funcionam os dividendos:

Long short

A operação mais tradicional é a compra de ações acreditando que vão subir – uma posição também conhecida como “long”.

Só que também é possível realizar outros tipos de negociações, baseadas na venda de papéis.

Mas lembre-se: essas costumam ser recomendadas para quem já possui alguma familiaridade com o mercado.

Operar vendido (“short”) é o mesmo que vender uma ação antes mesmo de comprá-la.

Como assim?

Numa operação tradicional de compra, o principal objetivo é conseguir adquirir papéis por um preço mais baixo e, no futuro, desfazer-se deles a um preço mais alto, certo?

Então… já numa operação vendida, o raciocínio é exatamente o oposto: vender as ações e recomprá-las mais tarde por um valor mais baixo, embolsando a diferença.

Investidores que realizam esse tipo de operação, o fazem acreditando que o mercado entrará em queda por um momento, geralmente.

Aliás, para executá-las, é preciso fazer um aluguel de ações – assim, é possível vender as ações que foram alugadas, recomprar os mesmos papéis e devolvê-los ao locatário.

O risco nesse tipo de operação é o cenário imaginado pelo investidor (queda do mercado) não se concretizar, pois se as cotações dos papéis subirem, o resultado é prejudicial.

Como escolher e analisar ações?

Conhecido o que são ações e os meios para investir nelas, vamos entender os dois tipos principais de análises feitas quando pretendemos realizar um investimento.

Análise técnica

Este tipo de análise remete às informações relacionadas a uma ação expressas no próprio gráfico de preços.

Assim, observar as curvas do gráfico de cotações de uma ação permite identificar padrões e estimar o comportamento no futuro.

Os gráficos utilizados para realizar esse tipo de análise podem ser dos mais variados.

Por exemplo, um investidor que opere com day trade deve observar gráficos em que cada ponto representa o comportamento da ação a cada 15 minutos.

Enquanto isso, investidores que têm um horizonte de longo prazo podem se ater a gráficos semanais ou mensais.

E o que geralmente se procura encontrar nesses gráficos?

Bom, geralmente, os analistas técnicos buscam identificar suportes e resistências – os dois conceitos importantes da análise técnica.

Um suporte é um ponto de baixa do papel que representa o momento em que uma virada – naturalmente em direção a uma alta – tende a acontecer.

Por isso, costuma ser encarado como um bom ponto de compra dos papéis.

Por outro lado, uma resistência é um ponto de alta da ação, em que os preços param de subir e começam a cair.

Análise fundamentalista

Essa se baseia no estudo das características financeiras de uma empresa (como perspectivas de crescimento, fluxos de caixa e risco) para apontar o valor potencial das suas ações.

O objetivo com isso?

É óbvio: permitir ao investidor escolher papéis que tenham uma boa perspectiva de ganhos no futuro.

Dentro da análise fundamentalista, há duas abordagens principais:

  • Top down: parte do princípio de que o valor de uma ação sofre influência direta de fatores macroeconômicos (inflação, juros ou taxa de desemprego), porque esses afetam o desempenho da empresa. Assim, as decisões de investimento deveriam ser tomadas, primeiro, considerando informações amplas, e, depois, projeções detalhadas;
  • Bottom up: o ponto de partida são os fundamentos individuais de cada empresa. Aqui, são avaliados fatores como modelo de negócio, governança corporativa e as perspectivas de crescimento. Dessa forma, quanto melhores forem essas características, melhor uma companhia pode se sair – isso em bons momentos e ruins.

>>> Leia também: Saiba o que é análise fundamentalista e as diferenças da técnica

Vantagens e riscos de investir em ações

Pontos a favor

  • Rentabilidade possivelmente maior do que a da renda fixa: isso acontece, principalmente, quando a empresa em que você é acionista apresenta bons resultados gerais;
  • Diversificação de carteira: na bolsa de valores, há ações de empresas de diferentes setores, portes e características sendo negociadas. Assim, os investidores podem diversificar sua carteira e diluir os riscos apostando em papéis com perfis distintos;
  • Ganhos com a valorização dos ativos e com os proventos distribuídos entre os acionistas.

Pontos contra

  • Uma ação não tem qualquer tipo de garantia de rentabilidade: ao contrário de um papel de renda fixa, em que o retorno é acertado com o investidor desde o início. Assim, os investidores também podem registrar perdas;
  • Volatilidade: as ações envolvem mais riscos do que outras modalidades de investimentos. Os preços dos papéis variam todos os dias, conforme as negociações realizadas na Bolsa.

>>> Leia também: Saiba como calcular a rentabilidade de um investimento

Como começar a investir em ações? Passo a passo 

Para finalmente começar a investir em ações, é preciso seguir alguns passos básicos, então atente-se a esses aspectos que podem facilitar o processo, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

1. Encontre seu perfil de investidor

Antes de decidir comprar ações, pergunte-se:

  • Qual é seu objetivo com o investimento?;
  • Seu perfil de risco é adequado para aplicar em renda variável?;
  • Quais as chances de você precisar do dinheiro no curto prazo?

Uma ferramenta que pode responder essas questões é a Análise do Perfil do Investidor ou o Suitability – um questionário aplicado pelas próprias corretoras para definir as características comportamentais dos clientes.

Essas perguntas te ajudam a identificar os produtos mais adequados para sua situação.

2. Abra uma conta em boa corretora de valores

Para negociar na Bolsa, o investidor precisa ter conta em uma corretora, instituição financeira autorizada a operar no pregão.

Pois são elas que recebem as ordens de compra ou de venda e executam as operações na B3 em nome dos investidores.

A propósito, quais são os critérios para escolher uma boa corretora de valores?

Oferece gama de ações

Além de ações, boas opções de renda fixa, títulos de investimentos, entre outros

Boa reputação no mercado

Ela deve ter uma boa avaliação em sites como Reclame Aqui e em comentários nas redes sociais da instituição 

Excelente usabilidade

O site e o home broker devem ser rápidos e fácil acesso e com ferramentas práticas, como calculadora de Imposto de Renda, por exemplo

Devidamente registrada

A corretora deve estar devidamente credenciada e certificada junto à bolsa da B3

Oferece dados concretos

Ela deve disponibilizar relatórios gratuitos de analistas certificados

Por fim, para abrir uma conta, é preciso enviar documentos pessoais de identificação para a corretora e preencher alguns cadastros.

Com a conta aberta, basta realizar uma transferência (via TED ou DOC) para que os recursos possam ser usados na compra de ações.

3. Analise e escolha a melhor estratégia

De acordo com seu perfil de investidor, o momento do mercado e os objetivos que têm para seu dinheiro, escolha a estratégia mais adequada para negociar ações.

Dependendo da situação, esse meio pode estar focado nos ganhos de curto prazo ou no de longo prazo.

4. Decida entre a mesa de operações ou o home broker

Mesmo com as corretoras oferecendo 2 formas de negociação para os investidores, nos dias de hoje, a mais comum é o home broker.

Esse é o sistema eletrônico em que o próprio investidor cadastra suas ordens de compra e venda, podendo operar diretamente – nele, a taxa de corretagem costuma ser de valor fixo.

Outra via de negociação é a mesa de operações.

Nesse caso, o investidor se comunica com um operador da corretora – por telefone, e-mail ou sistemas de mensagem – e envia a ele suas ordens de compra e venda de ações.

É esse operador que realiza os negócios em nome do investidor.

Vale ressaltar que esse modelo costuma ser restrito a clientes de alta renda e, nele, as taxas de corretagem normalmente seguem a tabela Bovespa.

Quer saber como é feita a avaliação das ações? Faça o nosso curso Valuation: Avaliação de Empresas e Ações e saiba quais são os principais métodos para analisar as empresas e ações do mercado. 

Como aplicar na bolsa de valores?

Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário ter muito dinheiro para investir em renda variável. 

Para dar os primeiros passos, é importante entender o seu perfil de investidor em relação ao risco, isto é, até que ponto você está apto a aceitar os altos e baixos do mercado? 

Nesse quesito, ter uma vida financeira organizada adianta o processo. Se tiver dívidas, o indicado é quitá-las em primeiro lugar, pois quanto mais tempo passar, maior será o endividamento, e os juros geralmente são bastante altos.

Outra dica é criar uma reserva de emergência. Normalmente ela é feita para suprir uma situação emergente, como doença, desemprego, furto de algum bem.

Assista ao vídeo abaixo e saiba tudo o que precisa saber para investir em ações:

Investir em ações: como colocar a ideia em prática?

Mas a partir do que você viu sobre o que são ações e como funcionam, não é difícil, nem precisa de alto capital para entrar nesse mundo, mas, sim, de conhecimento.

Segundo uma pesquisa da XP Investimentos, o número de investidores na Bolsa chegou a marca de 5 milhões no final de 2021. Isso mostra a dedicação da população em querer aplicar o dinheiro e não investir em Poupança ou deixá-lo guardado em casa.

Para ajudá-lo a entrar no mundo dos investimentos de forma simples e prática, recomendamos o curso Aprenda a Investir na Bolsa de Valores

Neste treinamento você entenderá sobre o mercado de capitais e como investir em renda variável com solidez. 

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