Como aplicar em BDR? 4 truques para investir no exterior!

Como aplicar em BDR?” é a pergunta cuja resposta a gente precisa para saber investir nas maiores empresas de fora do Brasil sem abrir conta em uma Bolsa internacional.

E é justamente o que a Xpeed se propõe ao falar sobre esse tema neste texto.

Aliás, se você ainda está em dúvida entre investir em BDRs ou ações estrangeiras e, portanto, quer compará-las melhor, desfrute deste post já publicado aqui no blog.

De todo modo, antes de entrarmos nos melhores truques para investir em BDR, vamos, primeiro, falar o que é esse investimento e quais os tipos existentes.

 

O que são BDRs?

Para entender como aplicar em BDR, assim como em qualquer outro investimento, primeiro, é recomendado saber o que esse tipo aplicação representa, por exemplo.

Então, comecemos…

A sigla BDR vem do termo “Brazilian Depositary Receipt”, também conhecido como certificado de depósito de valores mobiliários em português.

Emitidos no Brasil, esses certificados representam valores mobiliários de emissão de companhias abertas com sede no exterior, mas são negociados aqui mesmo, no pregão da B3 – a Bolsa de Valores oficial do país. Para você esclarecer todas as suas dúvidas sobre a Bolsa de Valores, temos um livro digital gratuito que aborda os conceitos essenciais para você começar a investir.

Imagem da campanha de um livro digital gratuito com o tema "Guia da bolsa para Investidores" da Xpeed School.

Assim, funcionam como se fossem valores mobiliários lastreados em papéis de companhias estrangeiras e, desde setembro de 2020, também brasileiras.

Portanto, quem adquire um BDR, não compra diretamente as ações da empresa em questão no exterior, mas, sim, investe em títulos representativos desses papéis.

Sim, essas ações existem de fato lá fora, precisando ficar depositadas e bloqueadas em uma instituição financeira que faz a guarda delas (custodiante).

Mas quem assegura o funcionamento de todo esse sistema também é uma instituição financeira, responsável por emitir os BDRs no Brasil – depositária.

Então, na prática, para que um BDR seja negociado na B3, primeiro é preciso que a instituição depositária compre as ações da empresa no exterior, com esses papéis devendo ser mantidos depositados em uma conta em uma instituição custodiante.

A seguir, a instituição depositária deve registrar um programa de distribuição de BDRs junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A partir daí, poderá emitir os recibos localmente, mas atenta para não acontecer uma divergência do número de ações mantidas no exterior com o dos BDRs negociados por aqui.

Além disso, a instituição depositária tem de cumprir exigências específicas regulatórias quanto à emissão dos BDRs e divulgar as informações exigidas pela CVM sobre a empresa.

 

Quais são os tipos de BDRs?

Ainda não chegamos ao “como aplicar em BDR” porque você precisa conhecer quais os tipos desse investimento existe no mercado.

Os BDRs são classificados de acordo com a forma como são trazidos para negociação no mercado nacional.

Dessa forma, abordaremos os 2 grupos principais em que são divididos: os patrocinados e os não patrocinados.

 

Patrocinados (Níveis I, II e III)

É isso mesmo: nesse grupo há mais de um nível ou ‘subgrupo’ – cada um de acordo com o tipo de distribuição permitido e o volume de informações que deve ser oferecido aos investidores sobre as empresas emissoras.

De todo modo, os BDRs patrocinados dizem respeito àqueles em que a empresa emissora das ações participa do programa, contratando ela mesma uma única instituição depositária.

Isso quer dizer que o interesse parte exatamente dela em ter presença no mercado brasileiro e investidores do país.

 

Nível I

Esses BDRs não precisam do registro de companhia na CVM, só podendo ser negociados em mercados de balcão não organizado ou em segmentos especificamente criados para papéis desse tipo na Bolsa.

E se forem distribuídos em oferta pública, essa proposta de negócio precisa ser de “esforços restritos”.

“O que isso significa?”

Que esse tipo de oferta é mais simples e menos burocrático, tanto que limita a 50 o número de investidores que de fato podem comprar os papéis.

A propósito, nesse caso, a instituição depositária tem de replicar, no Brasil, todas as informações que a empresa emissora estiver obrigada a divulgar no país de origem, além de:

  • Fatos relevantes;
  • Editais de convocação de assembleias;
  • Deliberações dos acionistas e das reuniões do Conselho de Administração.

Mas as demonstrações financeiras não precisam ser convertidas para reais, nem seguir as normas contábeis brasileiras.

Outra curiosidade é que a partir do dia 22 de outubro de 2020, investidores não qualificados – que não detêm ao menos R$ 1 milhão em aplicações financeiras – puderam negociar BDRs Nível I, a depender do mercado em que os valores mobiliários que servem como lastro sejam listados.

Porém, segundo a CVM, para o público geral negociar esses BDRs, os valores mobiliários objetos dos certificados de depósito devem ter como mercado de negociação de maior volume, verificado nos 12 meses anteriores, um ambiente de mercado estrangeiro classificado como “mercado reconhecido”.

Além disso, o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro aos BDRs precisa estar sujeito à supervisão por parte da entidade reguladora do mercado de capitais referente ao mercado de maior volume de negociação.

 

Níveis II e III

O motivo pelo qual separamos a mesma seção do texto para falar sobre ambos, é porque os BDRs Patrocinados Nível II e III são muito parecidos.

Por exemplo, nos dois casos, a empresa emissora das ações no exterior precisa obter registro na CVM.

Mas não só isso…

As companhias emissoras também precisam seguir as mesmas regras de transparência e governança estabelecidas para empresas brasileiras registradas à CVM como “Categoria A” – o caso da maioria das empresas mais conhecidas do mercado.

Além disso, os dois podem ser negociados no pregão da Bolsa ou em balcão organizado, sem a necessidade de um segmento especificamente criado para eles.

Por outro lado, a principal diferença entre esses dois tipos de BDRs Patrocinados é: os de Nível II só podem ser alvo de ofertas públicas com esforços restritos, enquanto nos de Nível III, as ofertas públicas – com registro na CVM – podem ser amplas.

Ainda assim, tanto os BDRs nível II quanto III podem ser negociados por quaisquer investidores.

Não Patrocinado

Os BDRs Não Patrocinados são sempre considerados de nível I, e a iniciativa de lançar os recibos no Brasil não parte da empresa emissora.

“Então de quem parte?”

Da própria instituição depositária (ou mais do que uma) e não há necessariamente um acordo com a companhia em questão.

Aliás, para se ter ideia, enorme parte dos BDRs disponíveis na B3 são do tipo Não Patrocinados.

É que nesse caso o objetivo da instituição depositária ao criar um programa de BDR Não Patrocinado acaba sendo oferecer mesmo mais opções de investimento a seus clientes.

Para isso, ela assume a responsabilidade por divulgar informações da empresa emissora, como balanços e fatos relevantes.

Esses BDRs podem ser operados por todos os tipos de investidores, só se as condições já mencionadas anteriormente forem cumpridas.

 

Como aplicar em BDR?

Bom, se você acompanhou todo o conteúdo até aqui, basicamente, só falta mesmo saber como aplicar em BDR – principalmente, se já bateu em você a vontade de experimentar investir nele, não é mesmo?

Então, para aplicar nesses recibos de ações de empresas estrangeiras (ou brasileiras) negociadas no mercado internacional, dá só uma olhada nos passos que costumam ser seguidos.

 

1. Considere seu perfil de investidor

Nunca cansamos de dizer: antes de investir em qualquer ativo que seja, saiba qual o seu perfil de investidor.

Pois o resultado dessa análise te ajudará a definir melhor se uma aplicação tem mais a sua cara ou não, e com os BDRs não é diferente.

Por isso:

  • Questione-se sobre as razões que o levaram a cogitar esse tipo de investimento;
  • Reflita se você tem tempo e maturidade para aplicar nesses recibos de ações estrangeiras;
  • Lembre de quais são seus objetivos financeiros em questão de retorno e de prazo.

Para descobrir seu perfil – se ainda não o conhece – ou atualizá-lo, responda ao questionário geralmente aplicado pelas instituições financeiras que ajudam a definir os pontos comportamentais do investidor.

Essa ferramenta é conhecida como API (Análise do Perfil do Investidor) e facilita a identificar os produtos mais adequados para cada pessoa que pretende investir.

 

2. Abra conta em uma corretora

Para concluir o passo anterior, você tem de abrir conta em uma corretora de valores, por exemplo.

Isso porque uma corretora recebe as ordens de compra e/ou de venda e realiza as operações em nome dos investidores.

Então, escolha a que melhor se encaixa com sua realidade, avaliando as taxas de corretagem, a facilidade de uso do home broker (sistema de negociação), a disponibilização de relatórios e orientações sobre investimentos, e por aí vai.

Uma vez escolhida, agora você terá de enviar alguns documentos pessoais de identificação para ela e preencher alguns dados para cadastro.

 

3. Transfira os recursos

Assim que concluir a abertura da conta, já é possível realizar uma transferência de recursos (via TED ou DOC) para começar a operar.

Só que geralmente se pede para a conta de origem ser a do mesmo titular.

 

4. Escolha seus BDRs

Esse possivelmente é o momento pelo qual alguém que deseja saber como aplicar em BDR mais anseia: estabelecer qual ou quais BDRs.

Mais uma vez: escolher qual comprar e em que quantidade depende de fatores como seus objetivos de investimento.

Além do que já falamos aqui, você pode fazer essa observação baseada em algum método ou tipo de análise, como a técnica ou a fundamentalista.

Encontrar e estudar relatórios elaborados por analistas especializados do mercado também é uma alternativa interessante.

Uma vez decidido, basta enviar a ordem para a corretora de sua preferência e acompanhar o desempenho dos papéis.

Se você quer ampliar ainda mais as suas habilidades na hora de avaliar as opções de investimentos, sugerimos esse curso para você:

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Vantagens e desvantagens dos BDRs

A primeira e, provavelmente, principal vantagem de aplicar em BDR é a maneira relativamente simples de investir em ativos com cotas listadas no exterior.

Nesse caso, os BDRs acabam sendo um ‘atalho’ – um caminho mais curto – no fim.

Isso porque você não precisa abrir uma conta em uma corretora de fora do Brasil e fazer uma remessa internacional para só aí começar a investir num ambiente que pode ser estranho para muitos.

Na verdade, para operar BDRs basta estar cadastrado em uma instituição brasileira.

Outro ponto positivo é o fato de operações com esses ativos serem realizadas todas em reais, o que facilita tanto quanto barateia o processo.

Muita gente pode pensar que por as ações de origem serem do exterior devem ser cotadas em dólares, euros ou outras moedas, mas não com os BDRs.

Para se ter ideia, não é necessário se preocupar com taxas extras resultantes da transferência de recursos.

Os BDRs também são uma forma interessante para diversificar os investimentos, pois permitem acesso a ações de setores que eventualmente não têm representantes brasileiros listados na B3.

Além disso, são a via para papéis de grandes empresas com as quais o investidor, provavelmente, já está em contato há muito tempo como consumidor.

Mas esses fatores não anulam a possiblidade de BDRs estarem sujeitos a riscos.

Por exemplo, assim como as ações de modo geral, esses ativos também possuem certa volatilidade.

Por isso, as cotações mudam conforme os ânimos do mercado e os resultados e perspectivas das empresas emissoras.

Tal volatilidade exige do investidor em questão dedicação de determinado tempo para estudar esses papéis e as empresas envolvidas.

Vale lembrar que por se tratar de marcas estrangeiras pode haver informações encontradas apenas em outros idiomas que não o português.

Dessa forma, é muito importante que o investidor interessado em BDR tenha certeza de que seu perfil de investidor tolera aplicações desse tipo.

 

Conclusão

Realmente, BDRs são a grande chance de um investidor poder aplicar nas maiores empresas fora do Brasil sem precisar abrir conta em Bolsa do exterior.

Não à toa, a pergunta “como aplicar em BDR?” segue sendo cada vez mais feita.

Porém, para alguns, entender esse tipo de investimento pode ser menos fácil do que compreender outros, já que o BDR costuma ter características bem peculiares.

De toda forma, esse fator não anula a possibilidade de esses recibos serem bem atrativos para muitos investidores, além de ser mais uma opção para sua diversificação de carteira.

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