Como funciona o BDR? Será que este investimento é para você?

Você já se imaginou como um acionista do Google, da Netflix ou da rede mundial de pizzarias Domino ‘s? Ao entender como funciona o BDR, você descobre que esta possibilidade é real e mais simples do que você imagina. 

Preparamos este artigo para te ajudar a entender tudo sobre BDR: conceito, como funciona, como aplicar em BDR e a importância de conhecer o seu perfil de investidor e se certificar de que os riscos do ativo são compatíveis às suas expectativas. 

Continue a leitura e saiba mais! 

O que é BDR?

Originalmente, a sigla BDR significa Brazilian Depositary Receipt. Em bom português, traduzido BDR como Certificado de Depósito de Valores Mobiliários (CDVM).

Em resumo, BDRs são títulos que representam ações de empresas de outros países, e que são negociadas aqui no Brasil, no pregão da nossa Bolsa de Valores — a B3. 

Aperte o play para ver nosso vídeo sobre o tema e, em seguida, descubra como funciona o BDR: 

Como funciona o BDR? 

Agora você já sabe o que é, então é hora de avançarmos para entender como funciona o BDR.

Para te ajudar a entender como funciona o BDR, vamos explicar com detalhes a mecânica deste tipo de investimento. 

Desde o fim de 2020, estes títulos estão disponíveis para todos os investidores. É importante destacar, como pontuamos no tópico anterior, que quem compra um BDR não compra diretamente uma ação da empresa no exterior, e sim, um título representativo do papel. 

Ao comprar um BDR, a ação correspondente ao título é bloqueada no mercado exterior, graças à gestão feita por uma instituição financeira que atua como custodiante, fazendo sua guarda. 

Níveis de BDR 

Os títulos BDR são divididos em 2 grupos: patrocinados e não patrocinados. Os BDRs patrocinados, por sua vez, são classificados em níveis I, II e III, sobre os quais falaremos brevemente a seguir. 

BDRs patrocinados (níveis I, II e III)

Os BDRs patrocinados, como o nome diz, têm forte influência da empresa emissora, que participa do programa e até mesmo contrata a instituição depositária (instituição financeira responsável por assegurar o funcionamento do sistema). É comum que as empresas detentoras de BDRs patrocinados tenham interesse em fazer parte do mercado brasileiro e de captar investidores no país.

Os níveis de BDRs patrocinados variam de acordo com a distribuição permitida e o volume de informações oferecidas sobre as empresas emissoras aos potenciais investidores. A seguir, explicamos a lógica: 

Nível I
  • não precisam de registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários, órgão do Governo Federal que fiscaliza, normatiza e desenvolve o mercado financeiro);
  • só podem ser negociados em mercados de balcão não organizado ou em segmentos especificamente criados para papéis desse tipo na bolsa;
  • se distribuídos em oferta pública, têm limite de 50 investidores por BDR; 
  • a instituição depositária precisa replicar, no Brasil, todas as informações que a empresa emissora estiver obrigada a divulgar no país de origem, além de fatos relevantes, editais de convocação de assembleias, deliberações dos acionistas e das reuniões do Conselho de Administração. 
Níveis II e III
  • registro na CVM obrigatório para a empresa emissora das ações no exterior;
  • também é necessário que as empresas estrangeiras sigam as regras de transparência e governança válidas para empresas em território nacional; 
  • os BDRs de nível II e III podem ser negociados no pregão da B3 ou em balcão organizado, sem que seja necessário criar um segmento específico para eles (ao contrário dos BDRs de nível I); 
  • BDRs de Nível II só podem ser alvo de ofertas públicas com esforços restritos, enquanto nos de Nível III, as ofertas públicas – com registro na CVM – podem ser amplas;
  • podem ser negociados por todos os investidores.  

BDRs não patrocinados

Neste caso, todos os títulos são considerados de nível I (e cumprem, portanto, as obrigações apontadas acima). 

O que define a existência de BDRs não patrocinados — a maioria dos títulos disponíveis  na B3 — é o fato de que a iniciativa do lançamento dos títulos no país não parte da empresa emissora, e sim da instituição depositária. 

Como aplicar em BDR? 

Entender como aplicar em BDR não é complicado. O primeiro passo é ter uma conta em uma corretora, fazer a transferência dos recursos destinados ao investimento e, sobretudo, identificar corretamente o seu perfil de investidor.

Conhecer a compatibilidade entre o ativo e o perfil do investidor é fundamental. Assim, você garante que haja sinergia entre as características do investimento e sua disponibilidade de tempo, expectativas de retorno e maturidade para lidar com as oscilações do ativo no mercado. 

A escolha do BDR

Para entender, na prática, como funciona o BDR, você deve escolher o título que deseja comprar. Para fazer a escolha individualmente, é preciso ter conhecimento avançado sobre o mercado de ações, incluindo análises de investimento, como as análises técnica e fundamentalista

Se você não tem a expertise para escolher seus próprios ativos, lembre-se de que é possível contar com o apoio de especialistas na corretora. Eles farão o cruzamento entre seu perfil de investidor, expectativas alinhadas e ativos disponíveis no mercado financeiro. 

O investimento em BDRs pode ser feito tanto por meio de carteiras recomendadas (conjunto de ações selecionadas pelos especialistas) quanto pelos fundos BDR. Caso você não queira aplicar via fundo de investimento, o caminho é negociar os BDRs diretamente na B3, em um processo semelhante ao da compra de ações. 

O que você deve levar em conta antes de aplicar em BDR?

Após entender como funciona o BDR, você pode estar com vontade de experimentar o investimento, não é mesmo? Aguente mais um pouco, pois listamos aqui pontos importantes a considerar antes de aplicar nos títulos. 

Primeiramente, é preciso entender que, como todo investimento de renda variável, os BDRs não estão livres de riscos. Eles são ativos com alta volatilidade, e portanto, é preciso estar preparado para oscilações frequentes do papel. Lembra quando pontuamos a importância de conhecer o seu perfil de investidor? Este é um dos motivos! 

Se o seu perfil é arrojado e você tem disponibilidade para encarar os riscos de um investimento volátil, o BDR pode ser uma boa opção. Afinal, investir nesse tipo de ativo é uma forma de obter cotas de empresas populares no exterior de forma simplificada, sem a necessidade de abrir conta em um banco estrangeiro, por exemplo. 

Além disso, o investimento em BDR é uma forma de diversificação de carteira com empresas sólidas e conhecidas pelo público. 

Dê o primeiro passo agora mesmo! 

Agora você já sabe como funciona o BDR. Mas o universo de conhecimento sobre o tema é vasto! Não perca tempo e dê o primeiro passo.

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