O que são derivativos financeiros? Como investir neles?

Já ouviu falar ou viu por aí sobre derivativos financeiros, mas não compreendeu muito bem do que se trata ou como funciona?

Fica tranquilo, a Xpeed, no seu eterno trabalho de levar a educação financeira para a população, explica os pontos mais relevantes desse tema.

Esse instrumento financeiro, que permite a movimentação de valores pequenos, tem  despertado o interesse cada vez mais das pessoas físicas.

Acompanhe a leitura do artigo para saber mais!

O que são derivativos financeiros?

Você sabe o que são contratos futuros, opções ou swaps?

Pois é, todos esses nomes citados são tipos de derivativos financeiros, que são tidos como uma interessante ferramenta financeira usada pelos investidores para proteger suas operações ou para lucrar no mercado.

Como dá para subentender pelo nome, derivativos financeiros possuem o preço “derivado” do preço de um ativo, de uma taxa de referência ou até de um índice de mercado – ou seja, outros pontos como referência.

Vale lembrar também que existem derivativos financeiros de ativos físicos, como soja e café, e ativos financeiros, como ações, taxas de juros e moedas.

Dentro dessa realidade, quem negocia um contrato futuro de dólar, não opera o dólar em si, mas um contrato baseado no seu valor no mercado à vista.

E essas negociações podem ser realizadas tanto no mercado de balcão quanto em Bolsas – no Brasil, a B3 possui um mercado de derivativos bastante desenvolvido.

Outra característica importante é que os derivativos financeiros costumam ser estabelecidos como contratos padronizados.

Isso significa dizer que os aspectos e especificações dos seus ativos de referência (como prazos, formas de precificação e quantidades) são definidos previamente.

Dessa forma, os investidores que comprarem uma opção sobre uma ação para um certo vencimento na B3, por exemplo, adquirem o mesmo produto sob as mesmas condições.

Em linhas gerais, a dinâmica de uma negociação de derivativos financeiros funciona da seguinte forma: quem negocia se responsabiliza a comprar ou vender um determinado ativo por um determinado preço num determinado prazo.

Aliás, a liquidação no mercado de derivativos pode acontecer de 2 formas:

  • Liquidação física: nesse caso, é necessário realizar a entrega do ativo em negociação na data do vencimento;
  • Liquidação financeira: aqui, no dia do vencimento, é registrada uma venda para o comprador e uma compra para o vendedor. Assim, apenas é movimentada a diferença entre os valores de cada parte da operação.

Vamos a um cenário prático para melhorar o entendimento dessa dinâmica:

Um produtor rural brasileiro exporta seus produtos em dólar. Com a alta do preço do dólar, este produto tende a se beneficiar e lucrar mais com suas vendas, certo? 

Por outro lado, se a moeda do dólar, ou qualquer outra moeda pertinente à negociação, se desvalorizar, o produtor receberá uma menor quantia em real para exportar seus produtos.

A questão é que ele está vendendo o mesmo produto, mas corre o risco de lucrar menos com essas oscilações na moeda.

Para ter mais previsibilidade, proteção e segurança, este produtor pode, como mencionamos anteriormente, vender o dólar antecipadamente na bolsa de valores, por exemplo.

Consequentemente, o produtor teria seu preço garantido, independente da oscilação do dólar naquele momento.

Neste caso, o ativo seria o dólar, e o vende antecipadamente através de um contrato de derivativos financeiros.

Ficou claro o que são derivativos financeiros? Então, vamos adiante!

>>> Aprenda mais: OTC over-the-counter: o que é e TUDO sobre Mercado de Balcão

Por que utilizar derivativos financeiros?

Como não é um dos termos mais famosos do mercado financeiro, a primeira pergunta possível de ser feita não é “o que são derivativos financeiros”, mas, sim, “para que servem?”.

Pensando nisso, listamos os 3 principais motivos envolvidos:

Proteção

Talvez o mais comum seja mesmo o objetivo de proteger o valor de um ativo (ex: ação ou commodity) de variações que podem acontecer dali para frente.

Isso porque, como você leu, um derivativo financeiro permite fixar previamente o valor de uma mercadoria ou ativo financeiro.

Assim, contribui para reduzir o impacto de uma eventual mudança negativa nos preços do mercado.

Aliás, um termo usado para se referir à proteção proporcionada pelos derivativos é ‘hedge’.

“O que isso quer dizer?”

Isso quer dizer que quem faz um hedge está menos preocupado em lucrar com as operações e, sim, mais interessado em evitar perdas.

Para melhor ilustrar isso, pense nos seguros de automóveis.

Quando você compra um novo carro, imediatamente considera contratar um seguro, não é mesmo? 

Neste cenário, você não está interessado em se beneficiar da prestação do serviço, mas sim deseja apenas garantir sua proteção e evitar prejuízos.

Lucro pela especulação

O especulador compra e vende derivativos para lucrar, ganhando com os pequenos diferenciais de preços de aquisição e venda de cada contrato.

Para um especulador, não importa muito se o derivativo financeiro negociado é de moeda, de uma commodity agrícola ou de taxa de juros, porque seu interesse não está nesses ativos subjacentes.

Desse modo, esses especuladores costumam atuar no Day Trade, realizando compras e vendas dos mesmos derivativos ao longo do mesmo dia.

Essas pessoas acabam apurando os ganhos e perdas no fim do pregão.

Mas também há aqueles que mantêm posições por mais de um dia, porque apostam que nesse período os preços vão oscilar de modo que lucrem com os resultados.

Nesse contexto, os especuladores possuem uma expectativa de crescimento contínuo da economia. São verdadeiros otimistas.

Mas o capital financeiro é mais variável do que a economia real, então é possível que a alta das ações não esteja de acordo com a realidade do crescimento da produção.

O que pode acontecer, nesses casos, é as ações chegarem a patamares irreais, o que é perceptível para os investidores mais experientes.

Ao reconhecerem isso, esses investidores vendem seus papéis, ocasionando o crash, momento em que acontece uma queda repentina nos preços.

Lucro pela arbitragem

Esse motivo é provavelmente o menos simples de se entender, porque envolve mais aspectos.

Para se ter ideia, alguns investidores utilizam os derivativos para realizar operações de arbitragem, buscando lucrar com as diferenças de preços que há num mesmo produto em mercados diferentes.

Então, as operações de arbitragem envolvem outros ativos (como ações no mercado à vista) além dos derivativos.

“Por que isso é possível?”

Porque, embora os ativos estejam expostos às mesmas condições econômicas, nem sempre oscilam na mesma proporção, e é aí que podem surgir mais oportunidades de ganho.

Quer um exemplo de como esse cenário pode ser aplicado na prática?

Pois bem, uma opção sobre ação, por exemplo, pode indicar um preço futuro diferente para o papel do que os investidores do mercado à vista imaginam.

Quando os arbitradores percebem isso, agem rapidamente, antes que o mercado ajuste os preços.

De qualquer forma, na arbitragem, o lucro de cada operação é geralmente pequeno, mas a aposta mesmo é adquirir ganhos da quantidade e do volume de compras e vendas realizados.

Portanto, quanto mais volumosos e frequentes forem os negócios, maiores as chances de acumular ganhos significativos.

Quais são os tipos de derivativos?

Agora que passamos por um cenário macro do que os derivativos financeiros abrangem, vamos esmiuçar um pouco mais esse assunto.

Para isso, abordaremos os tipos de derivativos financeiros e os atributos envolvidos.

Contratos a termo (ou mercado a termo)

Quem compra um contrato a termo se compromete a comprar uma mercadoria ou um ativo financeiro sob os seguintes aspectos:

  • Em uma quantidade determinada;
  • Por um preço estabelecido desde o momento da negociação;
  • Para liquidação em uma data (também definida desde o início).

Por outro lado, para quem vende um contrato a termo, o compromisso é justamente o de vender esse mesmo ativo.

Dessa forma, nem comprador e nem vendedor podem repassar seus contratos em data anterior ao vencimento assumido.

Tais instrumentos podem ser negociados na Bolsa, mas também no mercado de balcão.

Contratos futuros (ou mercado futuro)

A principal diferença de um contrato futuro para um a termo está no formato da liquidação.

Isso porque no caso dos contratos futuros existe o chamado ajuste diário.

Com esse mecanismo, todos os contratos futuros que os investidores mantêm são avaliados diariamente a partir de um preço de referência.

Assim, na prática, as operações são ajustadas todos os dias de acordo com as expectativas do mercado para o preço futuro do ativo de referência do contrato.

A diferença, positiva ou negativa, entre os preços de ajuste diário de um pregão para o outro é apurada. Logo,  o investidor que tiver posições em aberto precisa pagar essa diferença (se ela for negativa), ou receberá o valor na sua conta (se ela for positiva).

Então, o ajuste diário é um sistema que apura perdas e ganhos e ajuda a aumentar a proteção das posições no mercado de contratos futuros.

A propósito, outra diferença entre esses e os contratos a termo é o fato de serem negociados apenas em Bolsas.

Opções (ou mercado de opções)

As opções são o direito (e não a obrigação) de comprar ou de vender um ativo por um preço fixo numa data futura.

Para comprar uma opção, é necessário pagar um valor a quem vendeu – chamado de prêmio.

Esse valor se trata de uma quantia paga para ter a possibilidade de comprar ou vender o ativo mais tarde.

No mercado brasileiro, as mais conhecidas são as opções sobre ações.

Quem compra uma opção é chamado de titular e sempre tem o direito de exercer a opção: comprar ou vender o ativo na data do vencimento pelo preço acordado desde o início.

Porém, se ele quiser fazer nem um e nem outro, pode simplesmente escolher deixar a opção vencer, tendo como consequência apenas a perda do valor que pagou como prêmio por ela.

Do outro lado, o vendedor de uma opção (chamado de lançador) sempre tem a obrigação do exercício, caso quem tenha comprado deseje realizá-lo.

Swaps

Um contrato de swap é um acordo em que dois investidores negociam a troca de rentabilidade entre dois ativos.

A finalidade é diminuir os riscos e aumentar a previsibilidade para quem está envolvido na operação.

Exemplo?

Pense em um contrato de swap de ouro contra Ibovespa

Se na data de vencimento do contrato o ouro tiver uma valorização abaixo da variação do Ibovespa, quem comprou Ibovespa e vendeu ouro receberá a diferença de rentabilidade, certo?

Agora, se o retorno do ouro for superior à variação do Ibovespa, quem ganha a diferença é o que comprou ouro e vendeu Ibovespa.

Por isso, é crucial fazer uma análise de mercado bem assertiva. Dessa forma, você não realiza a troca de ativos em um momento desfavorável.

Existem tipos diferentes de swaps no mercado. São eles:

  • Swap cambial

O swap cambial consiste na troca de taxa de variação cambial, como a troca da oscilação do dólar, pela oscilação do euro, por exemplo.

>>> Leia também: Saiba o que é hedge cambial e como ele funciona na prática

  • Swap de índices

É a troca entre indexadores como IGP-M, IPC-Fipe ou INPC, até mesmo o Ibovespa.

  • Swap de taxa de juros

O swap de taxa de juros é a troca de indexadores em que uma das variáveis é a taxa de juros, como o CDB.

  • Swap de commodities

Este tipo de swap está relacionado à troca de fluxos associados à variação das cotações de commodities.

Como você viu, os derivativos financeiros são negociados na bolsa de valores. Além de entender os derivativos, é preciso também compreender o funcionamento da própria bolsa.

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Agora você já entendeu o que são derivativos no mercado financeiro. Que tal dividir seu aprendizado com outras pessoas? Compartilhe este artigo em suas redes!

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