Qual a diferença entre IGP-M e IPCA? Como medem a inflação?

Por acaso, você já se perguntou por que existem dois índices distintos para medir a inflação no País? Neste artigo, explicaremos a diferença entre IGP-M e IPCA para esclarecer essa dúvida de uma vez por todas. 

Embora os indicadores pareçam ter o mesmo propósito, eles têm composições e análises diferentes. Os números, por si só, adiantam que existe mudança na base de cálculo. No mês de outubro de 2021, o IGP-M subiu 0,64%, enquanto o IPCA acelerou para 1,25%.

E, se a diferença entre IGP-M e IPCA despertou a sua curiosidade, siga conosco para desvendar esse mistério. 

Como saber a diferença entre IGP-M e IPCA, na prática?

Antes de abordar a diferença entre IGP-M e IPCA, falaremos brevemente sobre o que eles têm em comum. Afinal, ambos são indicadores usados para mensurar a oscilação dos preços de produtos e serviços no Brasil. 

Em geral, esses fatores dizem respeito à inflação, devido ao aumento desenfreado dos preços. Por outro lado, também existe a deflação, que representa a queda brusca nesses mesmos preços e até a estagnação da economia. 

Com base no cenário econômico, o Banco Central usa a famosa taxa Selic para controlar a pressão inflacionária. Sim, isso mesmo: a taxa básica de juros, que norteia as demais taxas do País, tanto nas aplicações, quanto nos empréstimos e financiamentos.

Se a Selic for reduzida, o consumo será favorecido, já que as pessoas terão mais acesso ao crédito. Mas, se a Selic aumentar, o crédito também ficará mais caro, freando o consumo e, consequentemente, a inflação.

>>> Saiba mais sobre a finalidade da taxa Selic

Levando tudo isso em conta, poderemos prosseguir e, finalmente, abordar as diferenças entre IGP-M e IPCA. Vamos lá?

O que é IGP-M? E para que serve?

IGP-M significa Índice Geral de Preços – Mercado. Desde a década de 1940, ele mede o movimento dos preços de maneira mais abrangente. Além de englobar as diferentes atividades econômicas, ele ainda considera as etapas do processo produtivo. 

Além disso, o IGP-M é usado como referência para reajustes de tarifas públicas e alguns tipos de contratos, incluindo:

  • energia;
  • telefonia;
  • aluguel;
  • parceria público-privada;
  • prestação de serviços (educação, plano de saúde, seguros etc.).

O que compõe o IGP-M?

Para medir a inflação “na porta da fábrica”, o IGP-M é formado por outros três indicadores, com diferentes pesos no cálculo:

  • IPA: Índice de Preços ao Produtor Amplo (60% do IGP-M). Ele mede os preços de produtos industriais e agrícolas no atacado, como: soja, minério de ferro etc.
  • IPC: Índice de Preços ao Consumidor (30% do IGP-M). Nesse caso, estamos falando das despesas familiares (alimentação, vestuário, transporte e afins).
  • INCC: Índice Nacional de Custo da Construção (10% do IGP-M). Por fim, chegamos aos custos relacionados à infraestrutura, em especial na construção de imóveis.

Tais dados são compilados e divulgados mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a entidade, são três versões de cálculo, sendo que a coleta de preços é encadeada:

  • IGP-10: do dias 11 do mês anterior até o dia 10 do mês de cada coleta;
  • IGP-DI: preços do dia 1 a 30;
  • IGP-M: variação do dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês da coleta.

>>> Veja mais detalhes sobre o cálculo do IGP-M

O que é IPCA? E para que serve?

IPCA é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Desde 1979, esse é o indicador oficial da inflação. Para resumir, ele mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços, que são vendidos no varejo e, então, consumidos pelas famílias.

Esse indicador é analisado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a alta ou a queda da Selic. Juntamente com a análise de outros fatores, a proposta é manter a meta da inflação, a fim de estabilizar os preços da economia.

O que compõe o IPCA?

Para medir o “custo de vida” dos brasileiros, o IPCA leva em conta uma cesta de produtos e serviços, certo? Vale lembrar que não são todos os itens consumidos pela população, mas sim os apontados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)

Com isso, é possível comparar o valor gasto em determinados itens e seu impacto na renda das famílias, inclusive:

  • arroz;
  • feijão;
  • passagem de ônibus;
  • material escolar;
  • gastos médicos.

O cálculo mensal do IPCA é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso, os preços da cesta são apurados entre os dias 1º e 30 de cada mês, com foco nas rendas familiares de até 40 salários mínimos.

Por que é importante conhecer as diferenças entre IGP-M e IPCA?

Quando as coisas ficam “mais caras” ou “mais baratas”, isso impacta o poder de compra e o planejamento financeiro. Para os investidores, por exemplo, o ideal é diversificar a carteira para obter ganhos equilibrados, seja qual for o cenário econômico.

Aliás, nossa Escola de Investimentos tem uma solução sob medida para entender melhor essa dinâmica. Com o curso “Cenários e investimentos: macroeconomia para investidores”, será mais fácil compreender o impacto desses indicadores no seu bolso.

Imagem da campanha de um curso online sobre "Macroeconomia para Investidores" da Xpeed School. 

Bônus: como usar o IGP-M e o IPCA a seu favor?

Para complementar, os investidores poderão usar esses dois indicadores a seu favor, tal como explica esse vídeo da Xpeed School:

Nos investimentos, qual a diferença entre IGP-M e IPCA?

Agora que abordamos a diferença entre IGP-M e IPCA, falaremos sobre o reflexo nos investimentos. Para isso, selecionamos dois tipos de aplicação que se conectam com esses indicadores, direta ou indiretamente.

1. FIIs

Via de regra, os Fundos de Investimentos são vistos como “condomínios” de investidores. Isso porque os cotistas reúnem recursos para fazer aplicações em conjuntos, sendo que o gestor da carteira define a alocação de ativos, conforme o regulamento.

Nesse sentido, existem muitos tipos de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs). Nos fundos de tijolo, por exemplo, o investidor ganha com os aluguéis, que são corrigidos pelo IGP-M ou IPCA. Logo, quando o indexador está em alta, o retorno sobre o investimento será maior. 

>>> Descubra como viver de renda com fundos imobiliários

2. Tesouro IPCA+

Já no Tesouro Direto, as pessoas físicas têm a opção de comprar títulos públicos federais por apenas R$ 30. É como se fosse um “empréstimo” feito para financiar as atividades do governo.  

No Tesouro IPCA+, a rentabilidade tem a taxa híbrida: uma parte dela é fixa e a outra é atrelada à variação do indexador. Para exemplificar, o formato poderia ser: “IPCA + 5,19%”, o que propicia uma remuneração acima da inflação.

>>> Confira os três tipos de Tesouro Direto

Enfim, esperamos que o post tenha sido útil para esclarecer a diferença entre IGP-M e IPCA. Por falar nisso, continue lendo outros artigos do blog para ampliar a sua base de conhecimento e, assim, investir de maneira muito mais assertiva.

Até a próxima!

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