Quais são os reais efeitos da inflação na economia? E como reverter o quadro de alta dos preços?

Os efeitos da inflação mexem com a cabeça do brasileiro há muito tempo. Entre as décadas de 80 e 90, por exemplo, a hiperinflação com superação acima dos 80% fez com que muitas pessoas perdessem dinheiro e diminuíssem drasticamente o nível de compras. 

Em 2021, o mercado financeiro elevou novamente a estimativa, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), prevendo uma alta já em 2022.

Segundo o Banco Central, o IPCA de 2020 subiu de 10,12% para 10,15%. E se confirmada a previsão, esta será a primeira vez que a inflação atinge o nível de dois dígitos desde 2015, quando o IPCA somou 10,67%.  Para se ter uma ideia, a inflação de 2021 está no patamar de 3,75%, considerando uma meta entre 2,25% e 5,25%. 

Nesse sentido, o principal objetivo do governo é controlar os efeitos da inflação. Mas, de fato, por que ela surge? Como é feito o cálculo? Explicaremos essas e outras questões ao longo deste artigo. Continue com a gente!

O que é inflação?

Inflação é um termo da economia para denominar o aumento dos preços de bens e serviços, o que reflete na redução do poder de compra do consumidor final. 

Como ponto de referência, o IPCA é o índice que controla o sistema de metas para a inflação. Este indicador prevê o custo dos produtos e serviços, e como eles podem alterar o hábito de vida das famílias brasileiras com remuneração entre um e 40 salários mínimos. 

O IPCA considera os seguintes produtos e serviços em seu cálculo:

  • alimentação e bebidas;
  • vestuário;
  • comunicação;
  • transportes;
  • saúde e cuidados pessoais;
  • artigos de residência;
  • despesas com habitação;
  • despesas pessoais;
  • despesas com educação.

Resumindo, a inflação interfere diretamente na economia. Quanto mais houver procura por produtos e serviços mais escassos, maior será o valor dos preços. 

Quais são os efeitos da inflação?

Como os preços aumentam, o mercado se reajusta para cobrir os custos provocados pela inflação. Resultado: efeitos que mexem com o cenário econômico. 

Entre os principais problemas relacionados ao efeito da inflação, destacam-se o aumento da custa da dívida pública; o encerramento ou a não abertura de novos projetos, o que, consequentemente, desmotiva os investidores; além de prejudicar o poder de compra das famílias com menor poder aquisitivo, refletindo na redução de produtos no mercado, por exemplo. 

De uma maneira mais detalhada, os efeitos da inflação estão conectados, ou seja, uma ação gera uma reação. 

É possível identificar que com a alta dos preços, as pessoas comecem a comprar menos. Esse desinteresse faz com que as empresas produzam menos, por outro lado, os empresários têm medo de aumentar os valores dos produtos porque sabem a reação do consumidor. 

Essa oscilação em uma trajetória de vai e volta sem sair do lugar faz com que os investidores percam o interesse de investir no país, então começam a desviar o capital para localidades mais estáveis. 

Portanto, os efeitos da inflação da economia normalmente são prejudiciais, causando danos no bolso do consumidor e em todo o mercado. Por outro lado, em caso de inflação controlada, o cenário é de crescimento econômico. 

Como é calculada a inflação?

Para chegar a um consenso, o cálculo da inflação é feito na seguinte ordem:

  • 1. Amostra de domicílios: pesquisadores conversam com famílias para saber o que elas compram;
  • 2. Peso dos produtos: são definidos os produtos da casa e o peso para usar no cálculo da inflação. Assim, o peso do feijão é maior que o da lentilha por ser mais consumido, por exemplo;
  • 3. Comércio: os pesquisadores escolhem a lista de comércio onde os preços são checados;
  • 4. Questionário: uma lista é feita em locais que devem ser visitados e produtos que precisam ser analisados;
  • 5. Na rua: questionário semanal nos estabelecimentos para coletar o preços dos produtos;
  • 6. Entrega: os pesquisadores entregam os preços coletados aos técnicos, que, por sua vez, irão processar os dados e começar a calcular os índices;
  • 7. Erros: se houver grande diferença em relação ao preços do mês anterior, o pesquisador volta ao estabelecimento para realizar uma nova checagem;
  • 8. Cálculo: A inflação é calculada por meio da variação dos preços de um período para o outro. 

Como é controlada a inflação?

  • Aumento da taxa de juros Selic: os consumidores param de comprar produtos com alto valor, como resultado, os preços caem; 
  • Redução de gastos do governo: assim o governo não precisa emitir moeda para quitar as despesas ou aumentar os impostos;
  • Aumento de produção: mais produtos no mercado pode significar aumento de oferta e queda de preços. 

Como se proteger da inflação?

Diante o efeito direto no bolso do investidor, é fundamental buscar formas de se proteger da inflação, ainda mais quando se trata do Brasil, que sofre há anos com a recorrência da disparidade dos preços de produtos. 

Uma dica para se proteger da inflação é investir em:

  • Tesouro IPCA: Conta com remuneração híbrida, isto é, tanto pré-fixada quando pós-fixada;
  • LCI E LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio: um incentivo é a isenção do Imposto de Renda;
  • CRI E CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliário e Agronegócio): rentabilidade mista, assim como acontece no Tesouro IPCA+, cujas parcelas são mínimas de juros anuais somadas a variação da inflação;
  • ETFs: a grande vantagem é a diversificação na carteira por meio de uma única aplicação;
  • Debêntures: a rentabilidade varia de acordo com a preferência das companhias, podendo ser pré-fixada, pós-fixada ou híbrida. 
  • Fundos de Renda Fixa: a alta diversificação, a praticidade e a gestão profissional são vantagens para quem investir nesse ativo;

Esses investimentos de renda fixa possibilitam que o capital aplicado aumente o desempenho do indexador. 

Ou seja, durante a alta da inflação, o dinheiro irá replicar esse comportamento e permitir a proteção do poder de compra do consumidor. 

Mas vale frisar que esses tipos de investimentos são mais arriscados, sendo então pensados para médio e longo prazo.

Os Fundos de Índice (ETF) que replicam determinado índice de variação também podem ser considerados como proteção da inflação. 

Acompanhe o vídeo e saiba como os indicadores econômicos impactam seus investimentos:

 

Aprendendo a lidar com os efeitos da inflação

Agora ficou mais claro como os efeitos da inflação afetam o poder de compra do consumidor, não é?

Também deu para perceber que o governo brasileiro tem de controlar a inflação para que a circulação de produtos continue e o país não entre em colapso financeiro.

É por isso que acompanhar os indicadores econômicos podem ajudá-lo a reverter a situação, pois você começa a comprar os preços dos produtos, ver o quanto gasta em cada um, e a prever o aumento deles.

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