IPCA ou IGP-M: qual é o melhor? Qual a diferença entre eles?

Diante da alta da inflação pela qual o Brasil tem passado, muitas pessoas buscam formas de proteger seu patrimônio contra a desvalorização da moeda. Neste cenário, surge a pergunta: “IPCA ou IGP-M, qual é melhor para os investimentos?”

De acordo com o levantamento do IBGE, no mês de outubro, o IPCA ficou em 1,25%, apresentando um acumulado de 10,67% nos últimos 12 meses e 8,24% no ano. Enquanto isso, dados da FGV informam que o IGP-M atingiu 0,64% no mesmo mês, acumulando alta de 16,74% no ano e 21,73% em 12 meses.

Ambos os índices medem a inflação, mas aí vem a dúvida: “por que eles são tão diferentes?”

Neste post, explicamos esses indicadores, para que você descubra qual é o melhor entre IPCA e IGP-M, qual a diferença entre os dois índices, para que servem, como são calculados e como interferem na sua vida. Boa leitura!

Qual a diferença entre IGP-M e IPCA?

IGP-M e IPCA são indicadores que medem a inflação. Para isso, se baseiam na variação dos preços dos produtos e serviços que compõem o custo de vida da população.

No gráfico abaixo, você confere como esses índices oscilaram ao longo dos últimos anos:

qual a diferença entre IGPM e IPCA? Gráfico histórico da inflação
Fonte: CNN Brasil, com dados do IBGE e FGV.

Apesar de servirem ao mesmo propósito, você pode observar que eles costumam ser diferentes um do outro. “Mas, por que isso ocorre?” Para responder a esta pergunta, vamos conhecer cada um deles.

O que é o índice IGP-M?

O IGP-M é o Índice Geral de Preços de Mercado. Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), órgão pertencente à Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Trata-se de um indicador abrangente, utilizado para medir a inflação do país. Para isso, além dos preços que chegam ao consumidor final, considera também os custos relacionados às demais etapas do processo de produção.

Ele é conhecido como índice da inflação do aluguel, por ser comumente utilizado como base para reajustes referente ao setor imobiliário, como contratos de locação e parcelas de financiamento de imóveis. Mas, além disso, também afeta despesas como: conta de luz, planos de saúde, seguros, educação, etc.

Como o IGP-M é calculado?

O IGP-M considera os preços praticados no mercado entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência. O cálculo é uma média aritmética de três outros índices de preços, que possuem pesos diferentes. São eles:

  • INCC-M: Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado, ligado ao setor de construção civil, que tem peso de 10% no cálculo;
  • IPC-M: Índice de Preços ao Consumidor – Mercado, relacionado ao setor de serviços e varejo consumidos pela população, responsável por 30%;
  • IPA-M: Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado, que se refere a bens industriais e agropecuários e é responsável por 60% do índice.

>>> Para saber mais, leia nosso conteúdo completo sobre o assunto: O que é o Índice IGP-M? Como ele funciona e como afeta a sua vida financeira?

A essa altura você deve estar se perguntando: “qual o motivo dessa super alta do IGP-M?”

Como o cálculo do IGP-M considera todo o processo produtivo, ele é altamente influenciado pelo dólar, uma vez que boa parte da matéria prima vem de fora.

Outro ponto em que a moeda tem influência é em relação à exportação, pois, com o dólar alto, os produtores tendem a exportar mais, aumentando o custo das commodities no mercado interno, elevando os custos para consumo e produção.

O que é o índice IPCA?

IPCA é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Sua função é medir a variação dos preços de produtos e serviços que chegam ao consumidor final, por isso é considerado o índice oficial da inflação brasileira.

Ele é calculado mensalmente pelo IBGE, com base em dados de consumo de famílias de diversas capitais brasileiras, com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

Como o IPCA é calculado?

Para o cálculo do IPCA, o IBGE leva em conta produtos e serviços presentes no dia a dia do brasileiro, divididos nas categorias abaixo:

  • alimentação e bebidas;
  • educação;
  • saúde e cuidados pessoais;
  • habitação;
  • comunicação;
  • despesas pessoais;
  • transportes;
  • artigos de residência;
  • vestuário.

Cada uma dessas categorias possui um peso diferente, que varia de acordo com o consumo médio da população.

Agora, voltando à pergunta inicial, com base nessas informações, já temos uma resposta:

A principal diferença entre o IGP-M e o IPCA, é que o primeiro é um índice mais abrangente, que considera em seus cálculos, o custo do processo produtivo como um todo. Enquanto o segundo é focado nos valores que chegam ao consumidor, impactando diretamente em seu custo de vida.

>>> Para mais informações, confira o conteúdo completo que fizemos sobre o assunto: Qual a diferença entre IGP-M e IPCA? Como medem a inflação?

Há muitos outros indicadores macroeconômicos que podem impactar seus investimentos. Confira o vídeo abaixo e entenda por que é tão importante acompanhar esses índices:

IPCA ou IGP-M, qual é melhor para os investimentos?

Agora que você já conhece esses índices e sabe como eles são calculados, deve estar se perguntando: “mas afinal, quando se trata de investimentos, quem leva a melhor no embate: IGP-M x IPCA?”

O fato é que, em tempos de inflação, como o que estamos vivendo em 2021, tanto o IPCA quanto o IGP-M estarão em alta, elevando o custo de vida do brasileiro.

No entanto, eles também podem oferecer uma boa oportunidade para proteger o seu patrimônio e gerar lucro, já que alguns investimentos têm seu rendimento atrelados a eles, como o Tesouro IPCA e o Tesouro IGP-M. Isso significa que tais títulos sempre irão se beneficiar de períodos de alta na inflação.

Apesar de estarmos falando de títulos de renda fixa, é importante atentar para o fato de que aplicações que utilizam IPCA ou IGP-M como referência, são pós-fixadas.

Ou seja, não há como prever qual será seu rendimento, uma vez que eles variam ao longo do tempo. A única certeza é de que sempre estará acima da inflação.

Com base nisso, a definição de qual é o melhor entre IPCA ou IGP-M irá depender do momento da economia. Por isso, é necessário analisar o rendimento que cada um pode oferecer e, é claro, sempre considerar suas metas e objetivos.

IGP-M ou IPCA, qual escolher?

Independentemente de qual seja melhor, IPCA ou IGP-M, o fato é que investimentos atrelados a esses índices são ótimas opções para proteger seu patrimônio contra a desvalorização e até mesmo para gerar lucros em momentos de alta na inflação.

Além disso, é fundamental avaliar o contexto do momento e observar qual aplicação se mostra mais rentável de acordo com seus objetivos.

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