O que é come-cotas: saiba como funciona e quando ocorre

Entender o que é come-cotas e o que está vinculado a esse termo é essencial, uma vez que ele pode impactar os seus investimentos.

Por isso, só de você já estar aqui neste conteúdo também te ajudará a compreender quando o come-cotas ocorre e em quais ativos pode estar ligado.

Fica tranquilo, que abaixo a gente conta tudo isso para você…

 

O que é come-cotas?

Criado pelo governo federal, come-cotas é o nome que se dá ao sistema usado para antecipar a cobrança e, assim, o recolhimento do IR (Imposto de Renda) sobre alguns tipos de fundos de investimento.

Apesar da breve descrição amena acima, tal sistema pode fazer uma grande diferença, comprometendo parte de seus rendimentos.

A propósito, o nome ‘come-cotas’ não é toa, pois ele toma, de tempo em tempo, cotas dos fundos em alíquotas de 20% a 15%.

Sendo mais específico, ele incide sobre os fundos classificados como de longo prazo (mais de 365 dias) e de curto prazo (menos de 365 dias).

 

Como funciona o come-cotas?

Saber apenas o que é come-cotas não é o suficiente, sendo necessário entender como ele funciona na prática, então olha só…

Automaticamente, essa cobrança ocorre sempre no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano – por isso, é considerada semestral.

Dessa forma, nessas respectivas datas, os rendimentos obtidos pelos cotistas de alguns fundos são tributados conforme as alíquotas divulgadas.

No caso dos fundos de longo prazo, aplicações que permanecem:

  • Até 180 dias têm alíquota de 22,5%;
  • De 181 a 360 dias têm alíquota de 20%;
  • De 361 a 720 dias têm alíquota de 17,5%;
  • A partir de 720 dias têm alíquota de 15%.

Enquanto isso, no caso dos fundos de curto prazo, resgates feitos:

  • Até 180 dias têm incidência de 22,5%;
  • A partir 181 dias têm incidência de 20%.

Vale lembrar, então, que o investidor não vai pagar mais impostos, mas, sim, que o desconto nos rendimentos pode ocorrer de maneira antecipada, em datas previamente conhecidas.

Aliás, a cobrança se atém a pesar sobre o rendimento – considerando o período em que a aplicação foi mantida – e não sobre a quantia depositada, por exemplo.

Para que fique mais simples de compreender, vamos dar um exemplo a seguir…

 

Exemplo de como o come-cotas funciona

Veja como acontece na prática.

Para isso, suponha que, no mês de junho, você aplicou R$ 10 mil num determinado fundo multimercado, no longo prazo, recebendo pela aplicação 1 mil cotas no valor de R$ 10,00 cada.

Agora, considere que, no último dia útil de novembro, o valor dessa cota subiu para R$ 12,00.

Assim, seu patrimônio total sobe de R$ 10 mil para R$ 12 mil – então, R$ 2 mil de rendimento.

Como a duração da aplicação é inferior a 180 dias, o come-cotas incidirá com alíquota de 15% sobre R$ 2 mil, que é o rendimento bruto obtido.

Portanto, o Fisco levará R$ 300,00 da sua conta, o que corresponde a 25 cotas (‘abatidas’).

 

Quando ocorre o come-cotas?

Como visto, a cobrança (o recolhimento) do come-cotas ocorre nos último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano.

Então, é importante prestar bastante atenção nessas datas, ao ler e se informar a respeito, seja no regulamente do fundo sujeito a isso, na corretora ou banco de sua escolha.

Se possível, busque fazer aportes para compensar as perdas ou tome outras medidas preventivas.

 

Quais são os fundos sujeitos ao come-cotas?

Agora que você já sabe muito além de o que é come-cotas, não perca esse ritmo e, então, descubra quais investimentos podem estar ligados a ele.

Muitos dos fundos mais conhecidos estão sujeitos ao come-cotas, mas isso não quer dizer eles não sejam rentáveis.

Com planejamento e aportes estratégicos em aplicações que combinem com seu perfil de investidor e objetivos, sempre é possível alcançar boa rentabilidade, mesmo com a existência de tributos.

Abaixo, abordaremos os fundos sobre os quais o come-cotas incide, além de características, regras e condições deles.

 

Fundos de renda fixa

Esses fundos devem ser formados por, pelo menos, 80% do patrimônio aplicado em títulos do Tesouro Nacional – ativos com baixo risco.

Desse modo, os gestores de tais fundos investem em aplicações conservadoras como o CDB, LCI e LCA ou no Tesouro Direto.

Além disso, como qualquer outro fundo de investimento, os de renda fixa também funcionam como um ‘condomínio’, no qual os investidores pagam uma taxa e acumulam rendimentos de acordo com a valorização do fundo.

Essas opções de aplicações em Renda Fixa brilham os olhos de quem está começando no mundo dos investimentos. Se você é uma dessas pessoas, a Xpeed School – escola especializada em Investimentos – oferece um curso completo que aborda os principais conceitos e aplicações em renda fixa. Clique na imagem abaixo e confira:

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Fundos multimercados

Ao contrário dos de renda fixa, os fundos do tipo multimercado diversificam aplicações em diferentes ativos, sendo compostos por um mistura de aplicações financeiras.

Para se ter ideia, neles, podem ser incluídos investimentos como renda fixa, ações, moedas, commodities e até outros fundos de investimento, tanto no mercado nacional quanto internacional.

Por isso, é mais indicada para quem pretende a enfrentar mais riscos e diversificar a carteira de investimentos.

Outro ponto interessante de mencionar é que, diferentemente dos outros fundos, não há limites (porcentagens de distribuição) nos fundos multimercados, que podem mesclar ativos diferentes em proporções variadas.

 

Fundos cambiais

Tal como os fundos de renda fixa, os cambiais também devem ser formados por, pelo menos, 80% do patrimônio aplicado em um único ativo.

Nesse caso, eles precisam ter, no mínimo, 80% de seus recursos na forma de moedas.

Os fundos de dólar sejam os mais populares, mas ainda existem aqueles vinculados a outras moedas como o euro.

Além disso, desde que sejam em moeda estrangeira, eles também podem ser formados por títulos ou derivativos.

Vale destacar que esses fundos podem ser usados como proteção em negociações de contratos no exterior, prevenindo perdas em caso de grandes oscilações da moeda norte-americana.

 

Fundos DI

Esses fundos se remetem àqueles que buscam acompanhar a variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Tal referência é usada pelas instituições financeiras que costuma seguir de perto a taxa Selic – a taxa de juros básicos da economia.

Então, a cesta de ativos desses fundos inclui títulos com rendimentos atrelados diretamente à Selic.

Assim, são considerados de baixo risco, já que sua rentabilidade está vinculada a índices pré-fixados.

 

Conclusão

Se, depois de certa análise, você viu que seu caminho para investimentos será alguns tipos de fundos, procure saber, então, quais deles contam com o come-cotas e quais não.

Uma vez sabido, você pode ajustar seu planejamento financeiro conforme esse aspecto ou pode muito bem continuá-lo sem mudanças nesse sentido.

Por isso, não se atenha ao ‘o que é come-cotas’, mas, sim, descubra de forma mais aprofundada como ele pode afetar os ativos financeiros que você escolhe.

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