O que são títulos públicos? Qual é a relação com o governo?

Por acaso, você já se perguntou de onde vem o dinheiro usado pelo governo, além dos impostos que pagamos? Hoje, falaremos sobre isso, uma vez que explicaremos o que são títulos públicos, que configuram uma das formas de captação de recursos por parte da administração pública.

O Tesouro Direto, por exemplo, é um programa que possibilita a compra desses papéis por pessoas físicas. Logo, antes de abordar o que são títulos públicos, vale a pena assistir ao vídeo que fala sobre esse tipo de investimento.

Afinal, o que são títulos públicos? E para que servem?

Títulos públicos são papéis emitidos pelo governo para captar recursos, a fim de custear dívidas e financiar atividades. Por exemplo: obras de infraestrutura, fomento à educação e ações de saúde. 

Ao adquiri-los, o investidor empresta dinheiro para o governo. Em troca, ele recebe uma  remuneração com juros, quando do vencimento do papel. Além disso, há opções que possibilitam o recebimento de juros semestrais. 

Os títulos públicos são renda fixa?

Sim, os títulos públicos são ativos de renda fixa, já que a rentabilidade é conhecida no ato da aplicação. Por sinal, esses são ativos com baixo risco de calote, uma vez que eles são garantidos pelo Tesouro Nacional

>>> Saiba mais em: O que devo saber sobre renda fixa?

Os títulos públicos são indicados para todos os perfis de investidores?

De modo geral, os títulos públicos são indicados para perfis de investidores que são conservadores. Isto é, pessoas que têm baixa tolerância aos riscos de mercado. Mas eles não são os únicos que se beneficiam dessa estratégia. Afinal, os perfis moderados e arrojados podem diversificar suas carteiras com esses ativos. 

Seja qual for o perfil, é vital pensar no tripé dos investimentos para tomar boas decisões sobre a alocação de recursos. Pensando nisso, preparamos um vídeo que explica sobre os fatores relacionados à segurança, liquidez e rentabilidade. Confira!

Quais são as opções de títulos públicos no Tesouro Direto?

São três modalidades para investir no Tesouro Direto, sobre as quais falaremos a seguir.

Tesouro Prefixado

Na taxa prefixada, a remuneração é conhecida no momento da aplicação. Logo, você saberá de antemão qual é o valor que vai receber no vencimento do título.

Exemplo: Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F)

Tesouro Selic (Pós-fixado)

Os títulos pós-fixados são vinculados a um índice de mercado, a exemplo da taxa Selic. Portanto, a remuneração varia conforme os altos e baixos da taxa básica de juros.  

Exemplo: Letras Financeiras do Tesouro (LFT)

Tesouro IPCA+ (Indexado à inflação)

No Tesouro IPCA+, as taxas são híbridas. Ou seja, uma parte dela é fixa e a outra é atrelada a um determinado indexador. Por exemplo: IPCA + 4,5% a.a. ou IGP-M + 3% a.a.

Exemplo: Notas do Tesouro Nacional Série B com juros semestrais (NTN-B)

E, se você ainda não sabe o que significam essas siglas todas, continue conosco para descobrir. Assim, será mais fácil entender o que são títulos públicos na prática.

O que são títulos públicos? 15 exemplos explicados 

Para facilitar o entendimento sobre o que são títulos públicos, vamos conferir suas características. A seguir, listamos as letras e notas que constam no Portal do Investidor, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa é a entidade pública e autárquica que regulamenta o mercado financeiro no Brasil. 

1. LTN – Letra do Tesouro Nacional

A LTN, que agora se chama Tesouro Prefixado, visa cobrir o déficit orçamentário. Em paralelo, visa possibilitar as operações de crédito ao antecipar a receita.

  • Taxa prefixada: definida na compra
  • Pagamento: na data de vencimento

2. LFT – Letra Financeira do Tesouro

A LFT também é emitida para a cobertura de déficit orçamentário. Adicionalmente, ela pode ser usada para viabilizar operações de crédito, via antecipação da receita orçamentária.

  • Taxa pós-fixada: a remuneração varia conforme a taxa Selic
  • Pagamento: na data de vencimento

3. LFT-A – Letra Financeira do Tesouro – Série A

A União assume as dívidas que são de responsabilidade tanto dos Estados, quanto do Distrito Federal.

  • Taxa híbrida: variação da Selic + 0,0245% a.m. fixa
  • Pagamento: até 15 anos

4. LFT-B – Letra Financeira do Tesouro – Série B

A LFT também é emitida quando a União assume a dívida dos Estados e do Distrito Federal.

  • Taxa pós-fixada: média da Selic
  • Pagamento: até 15 anos

5. NTN-A – Nota do Tesouro Nacional – Série A

Já na NTN-A, o objetivo é trocar os títulos que foram emitidos na reestruturação da dívida externa. Aqui, são nove subséries: NTN-A1, NTN-A3, NTN-A4, NTN-A5, NTN-A6, NTN-A7, NTN-A8, NTN-A9 e NTN-A10.

  • Taxa pós-fixada: até 12% a.a., conforme a subsérie
  • Pagamento: até 27 anos, de acordo com a subsérie e o prazo original do título

6. NTN-B – Nota do Tesouro Nacional – Série B

A NTN-B é outro título focado na cobertura de déficit do orçamento e nas operações de crédito por antecipação da receita.

  • Taxa híbrida: IPCA + juros definidos na compra
  • Pagamento: principal no vencimento, além de juros semestrais

7. NTN-B – Nota do Tesouro Nacional Principal

Assim como no item anterior, essa NTN-B é voltada para cobrir o déficit e possibilitar operações de crédito.

  • Taxa híbrida: IPCA + juros informados na compra
  • Pagamento: data de vencimento

8. NTN-C – Nota do Tesouro Nacional – Série C

A NTN-C é outro título que visa cobrir o déficit do orçamento e viabilizar as operações creditícias (via antecipação da receita).

  • Taxa híbrida: IGP-M + juros definidos no ato da compra
  • Pagamento: principal no vencimento e juros semestrais

9. NTN-D – Nota do Tesouro Nacional – Série D

Por sua vez, a NTN-D também é destinada para a cobertura do déficit e as operações de crédito. No caso, ela pode ser adquirida por intermédio dos fundos de investimentos.

  • Taxa híbrida: porcentagem definida na emissão + valor nominal (similar ao COE, o Certificado de Operações Estruturadas)
  • Pagamento: definido na compra

10. NTN-F – Nota do Tesouro Nacional – Série F

A NTN-F também é direcionada para cobrir o déficit orçamentário e viabilizar as operações de crédito.

  • Taxa prefixada: juros informados na emissão
  • Pagamento: principal no vencimento e juros semestrais

11. NTN-H – Nota do Tesouro Nacional – Série H

Sendo outro título de cobertura do déficit orçamentário, a NTN-H possibilita as operações de crédito do governo. Hoje, essa negociação acontece apenas no mercado secundário.

  • Taxa pós-fixada: atrelada à taxa referencial (TR)
  • Pagamento: informado na emissão

12. NTN-I – Nota do Tesouro Nacional – Série I

Já a NTN-I visa captar recursos para equilibrar as taxas de financiamentos para exportação de bens e serviços via Proex.

  • Taxa híbrida: porcentagem definida na emissão + valor nominal
  • Pagamento: informado na compra

13. NTN-M – Nota do Tesouro Nacional – Série M

A NTN-M é voltada para a troca dos títulos emitidos na época da reestruturação da dívida externa.

  • Taxa híbrida: libor semestral (juros externos) + 0,875% a.a. sobre o valor nominal
  • Pagamento: 15 anos

14. NTN-P – Nota do Tesouro Nacional – Série P

Essa NTN-P é um pouco diferente. Os títulos são emitidos para a troca por produtos das alienações de bens e direitos que aconteceram em 4/7/2001, em moeda corrente.

  • Taxa pós-fixada: 6% a.a. sobre o valor nominal
  • Pagamento: 15 anos

15. NTN-R2 – Nota do Tesouro Nacional – Subsérie R2

Título voltado para as entidades de previdência privada, seguradoras e de capitalização.

  • Taxa pós-fixada: 12% a.a. sobre o valor nominal
  • Pagamento: 10 anos

Agora que você sabe o que são títulos públicos, que tal ampliar seu conhecimento no assunto? Para isso, aproveite o curso “Renda fixa: ganhos com baixo risco”, aqui da Xpeed School!

Imagem da campanha de um curso online sobre "Renda Fixa: Ganhos com Baixo Risco" da Xpeed School.

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