Por que a liberação do empréstimo de cotas de fundos imobiliários é boa notícia

A partir de hoje, está liberado o empréstimo de cotas de Fundos Imobiliários (FIIs) e de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) na B3.

Antes, esse empréstimo, que também pode ser entendido como aluguel, somente era possível ser feito com as ações e não com esses tipos de ativo.

Mas como essa notícia impacta o mercado que se vê diante de uma nova realidade?

Bom, para começar, impacta porque agora não só será viável investir em fundos imobiliários na B3, bem como emprestá-los para ganhar mais dinheiro.

Se você não compreende como funciona esse processo e como tirar mais dinheiro disso, buscaremos explicar em mais detalhes neste texto.

Dessa forma, seguiremos a seguinte linha de raciocínio:

  • Como geralmente acontece esse processo:
  • Como funcionará esse empréstimo de cotas de FIIs e FIPs;
  • Consequências;
  • Como você pode se beneficiar com isso.

 

Como geralmente acontece esse processo

Para quem não tenha tanto contato com o assunto, o empréstimo de ativos, seja qual for, é um recurso que pode ser utilizado por quem deseja operar “vendido” (termo conhecido como “short” no mercado financeiro) e lucrar com a queda de determinado papel.

Essa operação envolve duas partes…

O tomador, que assume o empréstimo ou o aluguel por determinado período

Isso para poder vender o ativo, recomprá-lo posteriormente por um valor mais baixo no mercado e devolver ao doador.

E por que ele faz isso? Como qualquer outro negócio dentro mercado, para lucrar com a diferença.

Já a outra parte é o doador, em geral com maior foco no longo prazo.

Ele, nesta ocasião, disponibiliza o ativo para o aluguel em troca de uma remuneração.

Na prática, esse é um instrumento já utilizado por grande parte dos detentores de ações para obter uma rentabilidade a mais com os papéis detidos.

E agora será possível acontecer frequentemente com FIIs e FIPs.

 

Como funcionará esse empréstimo de cotas de FIIs e FIPs

Segundo a Bolsa brasileira, para que as cotas estejam disponíveis para empréstimo, o fundo deve atender aos seguintes critérios:

  • O volume médio diário negociado precisa ser igual ou acima de R$ 1 milhão;
  • A média do número de cotista deve ser igual ou maior que 500.

O cálculo da média será feito com base nos últimos seis meses, referente ao período de maio a outubro de 2020, por exemplo.

Além disso, a B3 afirma que a análise para inclusão de novos fundos será realizada a cada seis meses.

Isso valendo a partir de outubro de 2020, levando em consideração a média dos seis meses anteriores.

Aliás, é bom lembrar que a B3 confirmou ainda que será impedida a operação em dois casos:

  • Participação de investidores titulares de cotas que representem 10% ou mais do total no empréstimo de fundos imobiliários;
  • Quando as cotas derem o direito ao recebimento de rendimento superior a 10% do total de rendimentos alcançados pelo fundo.

E é de responsabilidade do participante intermediário informar a presente vedação aos seus clientes.

Fundos imobiliários

 

Consequências

Então, o que a B3 está levando ao mercado, ao permitir a liberação desses empréstimos de cotas de FIIs e FIPs?

Bom, essa iniciativa começou a partir de um problema onde se encontrou uma oportunidade.

O “problema” era: quando você comprava um fundo para o longo prazo, nesse período ele fica parada – enquanto outras pessoas poderiam estar operando esse fundo.

E para a Bolsa nacional, quanto mais movimentação dessas operações há, melhor é para ela.

Por conta disso, a B3 fez o seguinte: oferece oportunidade de a pessoa emprestar o seu fundo para alguém que quer operá-lo e, em troca, essa pessoa vai pagar uma remuneração em forma de juros a outra.

Ao mesmo tempo, B3 garante a quem empresta o fundo que, não importa se essa pessoa terá lucro ou prejuízo com o seu fundo, você o terá de volta ao final do empréstimo.

 

Como você pode se beneficiar com isso

Para mostrar como é possível tirar mais dinheiro no meio desse processo, consideremos ambas as partes envolvidas.

Primeiro, o doador, que pode ser justamente você a fazer o empréstimo desse ativo.

Por a Bolsa garantir que você receberá uma remuneração em forma de juros e terá o ativo de volta, a vantagem fica bem evidente.

Do outro lado, o tomador, que é o “trader”, está pegando o ativo emprestado.

Portanto, qual seria o benefício dele?

Se a cotação de fato cair, na hora de devolver o fundo alugado, você o comprará a um preço mais baixo no mercado à vista e ganhará nessa diferença de preços.

Exemplo:

O fundo XPLG11 está em queda e você acredita que essa tendência vai durar.

Então, você decide vender 1.000 fundos XPLG11 ao preço de R$ 10 cada uma, mesmo sem possuir nenhuma delas em carteira.

Para fazer isso, você o aluga no mercado e, assim, tem o ativo em mãos para entregar ao comprador dos 1.000 fundos que você colocou à venda.

Pela operação, você vai receber R$ 10.000 (1.000 fundos x R$ 10).

Ao fim do prazo do aluguel, as ações ABCD estão cotadas a R$ 5.

Dessa forma, você vai recomprar os mesmos 1.000 fundos que você alugou para vender, e que você precisa devolver ao doador, por R$ 5.000.

Ou seja, você teve um ganho de R$ 5.000 nessa operação (sem contar custos operacionais).

Por outro lado, caso a operação inverta a tendência, isto é, se o mercado passar a subir em vez de cair, as perdas podem ser grandes para você.

Botão Quero Viver de Renda com Fundos Imobiliários

Continue Aprendendo

spot_img