O que é reserva de liquidez? Confira 7 passos para planejar suas emergências

Entenda aqui o que ela significa e qual a importância dela na sua vida financeira

Se teve uma coisa que a Covid-19 ensinou para o brasileiro foi a importância de manter uma reserva de liquidez. Afinal, ninguém sabe quando irá se deparar com um imprevisto, como uma demissão, um caso de doença na família ou mesmo uma pandemia. Por esses e outros motivos, é preciso se preparar.

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizado em 2022 mostra que 69% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro no fim do mês. Apenas 29% das pessoas dizem poupar uma parte do que recebem. 

Quer entender melhor o que é reserva de liquidez e como ela pode te manter longe das dívidas em momentos de dificuldade? Então, leia este post até o final e aprenda como fazer uma reserva de emergência, quanto juntar, onde deixar e quando usar.

O que é reserva de liquidez?

A reserva de liquidez, também conhecida como reserva de emergência, refere-se ao dinheiro que você economiza ao longo do tempo e serve para cobrir seus gastos diante de imprevistos. São aqueles acontecimentos que reduzem sua renda de forma repentina ou aumentam seu custo de vida, como no caso de uma demissão ou doença na família.

Essa aplicação deve ser prioridade para qualquer pessoa, uma vez que pode garantir a cobertura dos gastos durante um período de aperto, evitando que entre em dívidas. É por isso que as principais características desse tipo de investimento sempre devem ser: segurança e liquidez, daí o nome, reserva de liquidez.

E liquidez nos investimentos, o que é?

O termo “liquidez” representa o nível de facilidade para o resgate de um investimento, ou seja, o prazo necessário para que o investidor tenha o dinheiro disponível para uso. Quanto mais rápido for este processo, mais alta é a liquidez da aplicação. Por outro lado, quanto mais demorado, menor é a liquidez.

Como estamos falando de situações de emergência, é preciso ter em mente que este dinheiro deve estar acessível para a retirada de forma ágil. Por isso, a reserva de emergência tem sempre que ser aplicada em ativos de alta liquidez, com investimentos como CDBs, Tesouro Selic, Fundos DI ou mesmo a poupança. Afinal, esses são ativos que podem ser resgatados no menor tempo possível.

Essa mecânica não funciona em outras modalidades de investimento. Digamos que você invista em imóveis. Diante de um imprevisto, mesmo que venda abaixo do valor de mercado, ainda levará um tempo para receber o dinheiro. Outro exemplo é no caso do investimento em ações: é necessário esperar que elas se valorizem para poder vender e obter lucro. Do contrário, você perderá parte do investimento.

Qual a diferença entre reserva de emergência e reserva de oportunidade?

Muitas pessoas confundem reserva de emergência com reserva de oportunidade, o que é um grande erro. Embora nos dois casos nos referimos a um dinheiro economizado e aplicado em ativos seguros (e com alta liquidez), são conceitos voltados para situações completamente diferentes. A seguir explicamos cada um deles:

  • Reserva de Emergência – tem a função de te proteger das dívidas em uma possível situação de aperto, como uma demissão, doença grave, roubos, etc.

Reserva de Oportunidade – tem como foco acumular dinheiro para aproveitar oportunidades que possam surgir, seja um investimento que se mostre vantajoso ou até mesmo a compra de um bem a um preço abaixo do mercado.

Quem deve fazer uma reserva de liquidez?

A reserva de emergência é indicada para todas as pessoas, mas ela é primordial, sobretudo, para quem possui dívidas e custos de vida essenciais. É o caso, por exemplo, de pessoas ou famílias que tenham financiamento habitacional, pagam convênio médico mensalmente, vivem de aluguel, entre outros. 

Há casos ainda onde pessoas são responsáveis pelo sustento de famílias. Se você tem filhos, por exemplo, precisa pensar nos custos que envolvem o dia a dia da criança, que vão desde alimentação até gastos com escola, por exemplo.  

< Você pode gostar: 5 tipos de investimentos para iniciantes />

Como criar uma reserva de emergência?

A reserva de liquidez deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa e, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes. No entanto, muitos não sabem por onde começar. Mas não se preocupe, pois estamos aqui para te ajudar!

A seguir separamos um passo a passo com 7 etapas para você criar a sua reserva de emergência. Confira:

1. Analise sua situação financeira

O primeiro passo é entender o seu orçamento. Some todas as suas fontes de renda e a das outras pessoas que dividem os custos com você. Dessa forma, poderá saber o valor total que todos, juntos, possuem de recursos. 

2. Faça um levantamento do seu custo de vida mensal

O objetivo deste passo é descobrir quanto você e sua família gastam por mês. Para isso, anote todos os gastos da casa, tanto os fixos quanto os variáveis. Como exemplo de gastos fixos podemos citar: aluguel, contas de água, luz, internet, gás, financiamento, entre outros. Já com relação aos variáveis, que são aqueles que mudam de um mês para o outro, temos: mercado, restaurantes, passeios, combustível, compras secundárias, etc.

3. Corte gastos desnecessários

Sabe aquele velho pensamento: “vou começar a economizar somente quando sobrar algum dinheiro”? Então, a verdade é que, se depender disso, você não vai economizar. Porque sem um planejamento a gente simplesmente vai gastando e, quando vê, passa mais um mês sem sobrar nada.

Não há mais desculpas. No passo número 2 você anotou todos os gastos da sua família. Com isso você tem em mãos uma ótima chance de identificar onde é possível economizar e cortar alguns gastos supérfluos. Aproveite cada oportunidade para economizar, pois assim será possível alcançar um orçamento familiar mais equilibrado. Com isso, sobrará mais dinheiro para a sua reserva de emergência e, também, para seus investimentos.

< Veja também: O que é um orçamento familiar? />

4. Defina suas metas pessoais e profissionais

Ao levantar o custo de vida mensal da sua família e já ter em mãos o orçamento disponível, você deve estipular uma meta de economia mensal para começar a juntar a sua reserva de liquidez. Quanto tempo você quer que essa reserva dure em caso de necessidade?

Como dissemos anteriormente, o ideal é pensar em um período de, pelo menos, seis meses. Isso serve para que você tenha mais tempo para se restabelecer com tranquilidade.

Digamos que o seu custo de vida mensal seja de R$ 2,5 mil e você queira fazer uma reserva para seis meses. Logo, seu objetivo será acumular R$ 15 mil. Se você conseguir economizar R$ 500 por mês, levará trinta meses para juntar essa quantia.

Mas é claro que tudo depende do seu objetivo e do quanto você consegue reservar por mês. Então, faça as contas e economize!

5. Envolva todas as pessoas da família

Assim como é preciso saber a renda de todos da família, é importante incluí-los igualmente neste planejamento. Não individualize as decisões. Afinal, se todos estão colaborando para um mesmo objetivo, eles devem participar desse momento. Essa postura é essencial, principalmente, para explicar a importância da reserva de emergência. 

Vale ressaltar que nem todos os membros da família podem ter familiaridade com o orçamento doméstico. Por isso, essas conversas são importantes para colocar todo mundo na mesma página. Discutam os gastos e mostre onde é possível economizar. Mostre que, juntos, vocês podem prosperar e ter uma vida financeira equilibrada. 

6. Estude sobre investimentos

Antes de fazer qualquer tipo de aplicação, o ideal é estudar pelo menos o básico sobre as diferenças existentes em cada uma delas. Dessa forma, você terá ainda mais segurança na hora de investir a sua reserva de liquidez. Vale ressaltar que é importante ficar de olho, especialmente, em ativos que garantam um resgate rápido. Afinal, caso você precise do dinheiro, a retirada não será um problema. Evite cometer erros financeiros

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7. Invista algum dinheiro na sua reserva de emergência

O último passo de como fazer uma reserva de liquidez é, finalmente, definir onde investir esse dinheiro. Afinal, se você deixar na caderneta de poupança ou debaixo do colchão, perderá parte do seu valor para a inflação.

Como mencionamos anteriormente, entre as melhores formas de investimento para sua reserva de emergência estão: Tesouro Selic, CDBs com liquidez diária e fundos DI. Todas elas são consideradas renda fixa. Portanto, estude as opções e encontre a que faz mais sentido para o seu caso.

Qual o valor ideal de uma reserva de emergência?

Não há como determinar quanto ter na reserva de emergência, tendo em vista que cada pessoa apresenta um custo de vida diferente. No entanto, vale lembrar que o objetivo da reserva de liquidez é juntar e separar uma quantia suficiente para que você possa cobrir custos inesperados. Lembrando, claro, que ela te ajudará a se manter até que você consiga reestruturar as suas finanças pessoais, ou seja, é algo provisório, voltado para um momento pontual.

Com isso, especialistas, de forma geral, recomendam que o valor de sua reserva de liquidez corresponda à soma de 6 a 12 meses do seu custo de vida (ou da sua família), considerando gastos fixos e variáveis. 

Ou seja, se o custo médio de vida da sua família é de R$ 2 mil por mês, o ideal é que sua reserva de emergência some um valor de, pelo menos, R$ 12 mil — considerando um cenário de 6 meses. No caso de uma reserva de 1 ano, este valor deveria ser de R$ 24 mil.

Dica extra: onde guardar a sua reserva de liquidez e ainda obter rendimentos

Aqui é importante ficar de olho nas principais características de um investimento para deixar a sua reserva de emergência: alta liquidez e baixo risco. Aplicações com esses aspectos não terão um grande rendimento, mas a ideia é que sirvam somente para repor a inflação, evitando que você perca dinheiro. Com essa ideia, podemos dizer que as aplicações mais indicadas para este fim são:

  • Tesouro Selic;
  • CDBs com liquidez diária;
  • Fundos DI.

Algumas pessoas ainda são apegadas à poupança, mas é importante destacar que seu rendimento dificilmente cobre a inflação, o que significa que seu dinheiro desvaloriza com o tempo. Não será um grande prejuízo mas, convenhamos, há opções melhores de investimento, como essas que citamos agora há pouco.

Quando usar a reserva de emergência?

Como o próprio nome sugere, a reserva de emergência deve ser usada apenas em situações de emergência! Ela te ajudará a bancar suas contas em momentos em que você tiver uma redução repentina na sua renda, ou seja, caso você perca o seu emprego ou tenha qualquer tipo de despesa inesperada.

Tenha em mente que, se você ceder à tentação e usar esse dinheiro em situações supérfluas, como trocar de carro, reformar a casa ou fazer uma viagem, caso surja uma emergência, você já não poderá contar com este recurso.

Neste sentido, também é importante deixar claro que, caso utilize a reserva de liquidez em algum momento, deverá repor o dinheiro assim que possível, mantendo o seu “colchão” de apoio financeiro em dia.

Importância do autoconhecimento financeiro para criar sua reserva de liquidez

A reserva de liquidez é o primeiro passo para a liberdade financeira, uma vez que ela te resguarda de possíveis imprevistos que acabariam te colocando em dívidas. Ela ainda permite que você tome decisões financeiras com mais segurança e tranquilidade.

Com a reserva de emergência em dia, você pode buscar outras formas de investir o seu dinheiro, com o objetivo de seguir aumentando seu patrimônio.

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